segunda-feira, 13 de maio de 2013

Os bons (tempos?) voltaram

Preparem suas cabeças de robô e suas calças boca-de-sino, após um hiato de sete anos, o Daft Punk está de volta no melhor estilo Anos 70. Sim, anos 70! A base deste album está muito mais tranquila comparando com os trabalhos anteriores, mas a quantidade de elementos torna Random Access Memories -indiscutivel - o registro mais rico do duo formado por Thomas Bangalter e Manuel-Guy de Homem-Christo (a começar pelas colaborações de Nile Rodgers, Pharrell Williams, Paul Williams, Julian Casablancas, Panda Bear, DJ Falcon, Todd Edwards e o mais que notório Giorgio Moroder)

Mas, além das colaborações, o álbum é -com o perdão do clichê - uma experiência auditiva e também emocional. Não esperem nadinha como "Around The World", "One More Time" ou "Robot Rock", mas saibam que tem MUITA coisa boa por aí.

1- Give Life Back To Music: meio michael jackson, meio Tap Out (primeira faixa do album Comedown Machine, da banda de rock-?- estadunidense The Strokes -que já foi resenhado aqui), vocoder só pra variar

2- The Game Of Love: parece coisa de instrumental do Marvin Gaye com um toque de tristeza e vocoder (vou evitar essa palavra, afinal, estamos nos referindo a Daft Punk)

3- Giorgio by Moroder: impressionante, maravilhosa e instrutiva. Violinos e solos de bateria e baixo na mesma faixa, uma progressão espetacular. Quase dez minutos muito bem gastos.

4- Within: que música linda, que coisa emocionante, capaz de causar lágrimas nos mais sensíveis.

5- Instant Crush: parece mais um dos trabalhos de Julian, mas com o comando de mestre de Daft Punk (não estou me referindo a vocoder, ok?)... Essa parceria deveria ter sido pensada há muito mais tempo.

6-  Lose Yourself To Dance: não é tão dançante quanto o título sugere, mas ainda assim é super envolvente e, pra variar, nostálgica.

7- Touch: início espacial que deu saudade de Discovery, progresso para uma classuda seção de metais e um breadown marotíssimo, contando com um coral (SIM!), synths rápido no estilo videogame, bateria lenta,  novamente os violinos classudos e pausa dramática para encerramento em voz e piano. De cair o queixo.

8- Get Lucky: boa, porém medíocre (principalmente vindo depois de uma faixa estonteante como Touch)

9- Beyond: um lindo começo de violinos, mesmo, mas fica um pouco de "mais do mesmo" quando a faixa REALMENTE se inicia. Não foi além... Uma pena.

10- Motherboard: bateria forte, violinos e algo que parece clarinete ou fagote (o que impressionou ainda mais), mas depois disso, nenhum elemento surpresa até a pausa dramática com ruído no meio, que trouxe uma queda e um novo riff de synth antes que a faixa se tornasse enjoativa.

11- Fragments Of Time: uma faixa um tanto feliz com menos ares de duo eletrônico e mais cara de banda, investindo mais no elemento humano em sua forma mais tradicional.

12- Doin' it Right: uma faixa com cara de hip hop atual com um encontro de voz "crua" cantando e tratada eletronicamente no vocal de fundo, tornando esta uma faixa de múltiplas nuances.

13- Contact: parece uma mistura de trilha sonora de Tron: Legacy com reta final de uma jornada pelo espaço e (por que não?) pelo tempo.

Random Access Memories merece ser aplaudido de pé.