sábado, 20 de outubro de 2012

Drama e Diamantes

No cenário underground do pop, ela é a nova diva, a it girl. Bonita, talentosa, promissora e com uma notável presença de palco. Seria um clichê dizer que Marina Diamandis brilha em sua performances, mas não dá pra evitar o brilho dos olhos ao contemplá-la.

Sim, isso mesmo, hoje vou resenhar Marina & The Diamonds. Mais especificamente do novo album, "Electra Heart".

Marina, consagrada pelo considerável sucesso do seu álbum de estreia, "The Family Jewels", mostra que pode ser tão boa quanto - ou até mesmo melhor que - as divas conhecidas por suas farofas consagradas com um álbum coeso e muito bem produzido.

Você pode até pensar que Electra Heart é uma personagem que quer te seduzir com uma batida envolvente querendo ser sua "bubblegum bitch" mostrando toda a sua vontade de ser uma "Primadonna"... mas, ao decorrer do album, percebe-se que não é sobre uma pessoa que não mede esforços para conseguir seu papel principal (como exemplificado na faixa "Teen Idle").

Na verdade, o álbum é uma caricatura do próprio mundo do pop, que quer ter o poder e controlar ("Power And Control"), promove o sucesso a partir da confusão ("Homewrecker") e faz todos acreditarem que apenas existem, sem ter vida ("Living Dead") e que não faz sentido estar acordado se a liberdade existe apenas em seus sonhos ("State Of Dreaming").

Você pode bater cabelo com o "Electra Heart", sim, mas também pode pensar nas letras e se impressionar com a capacidade vocal de Marina Diamandis, que mostra ter MESMO a qualidade de uma primadonna.


sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Primeira Dose

Esse mês foi notório pelo "vazamento" (que considero como nada menos que estratégia de marketing) de vários álbums esperadíssimos de bandas como The Killers, Muse e os tiozões do "novo" punk rock, Green Day.

Pra quem não sabe, a grande ambição do Green Day é o lançamento de uma TRILOGIA , com o ¡UNO! (que seria lançado dia 25 de Setembro, mas "vazou" dia 18), o ¡DOS! e o ¡TRÉ! (e que o último tem o Tré - baterista -na capa por razões óbvias)

O estardalhaço todo foi feito, e CLARO, baixei os albums que vazaram (exceto 2nd Law, pois confesso nem sempre ter paciência para prestar atenção em Muse) e algumas verdades precisam ser ditas.

Primeiro pensamento ao ver Billy Joe muito louco na capa: será que o punk vida loca sem a imagem politicamente CHATA do 21st Century Breakdown voltou? Acredito que sim, porque aos primeiros acordes de Nuclear Family, já deu vontade de correr e arrumar problema como o Jason Statham na franquia de filmes Adrenalina (alucinantemente trash, mas não vim aqui para falar de filmes.)

Melhores faixas: Nuclear Family, Kill The DJ, Troublemaker, Rusty James e Oh Love (apesar de meio pop)

No entanto, percebi que há algumas coisas muito similares ao que eles já fizeram, como Stay The Night (lembra uma mistura de American Idiot e Basket Case) e Carpe Diem (muito similar a 21st Century Breakdown). Há também o caso de Let Yourself Go e Angel Blue , muito similares entre si.

E, por fim, duas faixas que achei descartáveis: Fell For You e Sweet 16, que beiram a barreira do comum ao enjoativo.

O que resta é esperar o resto da trilogia para saber se o punk rock ressuscitou ou ainda está em coma (porque também já foi tempo de Offspring fazer um album punk-ska representativo na cena, saudades...).


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Indiepressão

Agosto, oitavo mês do ano, conhecido por seu mau agouro que sopra com o vento. Agosto, o mês do desgosto, o mês do crazy dog, o mês de... fazer uma playlist para ficar em casa, desligar o telefone e impedir que algo ruim aconteça. Então, ao menos faça isso com a playlist da INDIEPRESSÃO (que demorou, mas saiu), com as oito músicas mais "urucubaca" do cenário.

Para começo de conversa, a banda mais azarada do stream: Interpol. Só a voz do Paul Banks já carrega um sentimento pesaroso para quem ouve... Mas música que eu considero um "ode ao azar" da Interpol é "No I In Threesome" , afinal, para um homem isso é uma tremenda má sorte.




Outra música que me remete a sentimentos sombrios é "Tranquilize", do The Killers. Sim, Brandon Flowers consegue inspirar um certo pavor dramático; porém, a atmosfera agonizante é causada pelo vocal grave e arrastado do Lou Reed (ex-vocalista do The Velvet Underground, para quem não conhece).




Igualmente sombria, porém pouco conhecida das terras d'além-mar, She Wants Revenge não deixa a desejar para as chamadas "bandas grandes". Prova disso é "True Romance", uma música de letra muito bem elaborada e um instrumental que mostra que é uma banda "ultrajovem e merece respeito".



Continuando com tesouros novos, tem o Gotye com "Somebody That I Used To Know", que virou praticamente uma mania e já saiu há tempos do cenário underground. Não se sabe o que corta mais o coração nessa música, a letra ou os agudos comoventes com interpretação visceral...



Lembrando um bolero, com um teclado que remete vagamente ao Fender Rhodes do Ray Manzarek (tecladista do The Doors e um mito à parte, fico devendo um post sobre The Doors - ME COBREM!), "Teammate" , do Kaiser Chiefs não chega a ser obscura, mas tem uma certa agonia psicodélica.



E, se tratando de sentimentos tristes, é uma unanimidade falar de Coldplay. Uma sessão de "Parachutes" ou "X and Y" seria o bastante para naufragar nas próprias lágrimas; mas em um momento "da deprê", a mais apropriada seria "The Hardest Part" (por razões óbvias). O clipe é absurdamente nonsense, mas a música complementa todo um contexto melancólico.



Corações partidos por abandono deprimem... Mas paixões mal-correspondidas TAMBÉM. Por isso, e também pela melodia meio folk, "You", do The Pretty Reckless entra na playlist apesar de não ser propriamente indie, nem azarado. Entrou simplesmente por me emocionar



E, para encerrar... Ele, o rei da depressão anti-mainstream, bizarro, vegan, assexuado, de sangue irlandês e coração inglês... Morrissey. E se Morrissey é rei, "Suedehead" é o hino oficial da Indiepressão; e se você nunca se flagrou cantarolando "I'm sooo sorry" dando uma pinta violenta... nunca é tarde.


Espero honestamente ter agradado. Dicas, sugestões, elogios e/ou xingamentos, vem pro Facebook do Reforma ou... reclame no twitter do blog.

Ah, e desde já, agradeço pela ajuda da Meline no post, foi MUITO bem-vinda.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

As 3 mais perfeitas músicas



1- Wish you were here – Pink Floyd
Em um tom de certa forma melancólico e ainda assim belo, essa canção fala de saudade numa forma metafórica e encantadora, que me faz querer chorar sempre que a escuto.

2- Hey Jude – Beatles
Mesmo não sendo fã dos Beatles, e os considerando um pouco tediosos, não há como negar a perfeição contida em “Hey Jude” na voz do Paul e em tudo o que constitui a música, incluindo o “Pega o cavaquinho”. Simplesmente me faz sentir falta de uma época em que não estive, pelo menos não nessa vida.

3- Redemption Song – Bob Marley
Quebrando o ritmo de rock, vem reggae na voz de seu rei e com suas grandes mensagens. Não há o que dizer, você tem que escutar para compreender.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

5 músicas nacionais para ouvir antes de morrer

Camisa de Vênus


Cazuza & Barão Vermelho – Maior abandonado
Porque viver sem ter ou vido nosso grande Cazuza não pode ser considerado viver, apenas consumir oxigênio e gastar matéria, principalmente se nunca tiver ouvido “Maior abandonado”.
http://www.youtube.com/watch?v=O26TAyIx3ng

Frejat – Segredos
Um pouco de romance é sempre bom, principalmente na voz firme de Frejat, que consegue tornar a música ainda mais bela do que se fosse com uma voz fina e delicada.
http://www.youtube.com/watch?v=DrXa82roFS0

Camisa de Vênus – Correndo sem parar
Rebeldia baiana exibindo  os ideais anarquicos que não aceitam as coisas como estão, mostrando o rock nacional nos anos 80, é isso que “Correndo sem parar” representa.
http://www.youtube.com/watch?v=Li2gWwawQN8&feature=related

Legião Urbana – Índios
Renato Russo falando sobre o passado que se reflete nos dias atuais, de como os índios foram enganados e tiveram sua terra “roubada” e critica o sistema capitalista que explora as pessoas do mesmo modo como os portugueses exploraram os nativos.
Inimigos do Rei – Adelaide
Não tem exatamente uma mensagem, é apenas uma canção para fazer rir e grudar na mente com cantadas de para-choque de caminhão como “Se você é uma geladeira eu posso ser o seu pinguim” ou convites bizarros como “Que tal irmos prum boteco assar um javali?”.
http://www.youtube.com/watch?v=UgttrS_DFTE

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Queimando na amizade

Imagine uma banda que misture um vocal Duran Duran, um instrumental eletrônico com pitadas de Daft Punk e uma finalização percussiva que provoca em qualquer um as dancinhas excêntricas dignas de Florence Welch...
Se não conhece as referências, ouça. Mas, se você conhece dois terços ao menos, deve estar pensando "que farofa é essa?!"

Apresento-vos... Friendly Fires.



Apesar das minhas associações sonoras, a banda inglesa (formada em 2006) se diz influenciada pelo techno da gravadora alemã Kompact e por Prince.

Formado por Ed McFarlaine (vocal, baixo e sintetizadores), Edd Gibson (guitarra) e Jack Savidge (bateria), o Friendly Fires tem dois albuns de estúdio gravados: Friendly Fires (2008) e Pala (2011), além dos EPs Photobooth (2006), Cross The Line e The Remix (2007).

Bom para incendiar na pista e apagar com o cabelo ou simplesmente pra dar uma curtidinha amigável em casa. Agora, chega de falar e prove mais uma experiência aprovadíssima pelo núcleo Indie do Reforma.




quinta-feira, 5 de abril de 2012

As 20 melhores músicas dos Ramones



20- Outsider
Do álbum Subterranean Jungle de 1983 conta com um divíssimo refrão no qual quem canta é o Dee Dee (não como backing vocal, mas sim como principal).

19- Substitute
Do álbum Acid Eaters, de 1993, é um cover do The Who, e que, diga-se de passagem, não sai da cabeça nem tão cedo.

18- Born to Die In Berlin
Do Ádios Amigos, de 1995, é o a última faixa do último álbum, e é bem triste se você escutá-la pensando nisso, mas conta com uma participação do compositor da música (o eterno Dee Dee Ramone) cantando um refrão em alemão.

17- I need your love
Também do Subterranean Jungle, é aquela baladinha romântica punk. Combinação estranha? Não para os Ramones!

16- Teenage Lobotomy
Do Rocket To Russia, de 1977, só deve ser escutada se você estiver disposto a passar o resto da vida ouvindo o Dee Dee gritar "LOBOTOMY! LOBOTOMY!"... Caso contrário, pule para a próxima canção.

15- Pinhead
Apenas gabba gabba hey! Leave Home, 1977

14- Questioningly 
Do Road To Ruin, de 1978, é a canção mais fofa do álbum, e se você for como eu, vai ficar se questionando sobre para quem o Dee Dee teria escrito esta canção.

13- She Belongs To Me
Ainda no clima de canções românticas e fofas, entra essa delicadeza do Animal Boy, de 1986. Talvez você também fique se questionando sobre para quem essa música foi feita.

12- Love Kills
Também do Animal Boy, conta com o Dee Dee como vocal principal e fala sobre o casal punk Sid e Nancy.

11- Sheena Is A Punk Rocker
Do Rocket To Russia, é um dos clássicos dos Ramones. 

10- Here Today, Gone Tomorrow
E o que não falta nos meus feios mais lindos do mundo é canção romântica... 

9- California Sun
Do Leave Home, de 1977, essa aí é uma canção pra se ouvir na praia, ou ficar na vontade... :/

8- The KKK Took My Baby Away
Do Pleasant Dreams, de 1982, foi criada pelo Joey Ramone para o John Ramone, que roubou a mulher da vida do nosso cara vocalista.

7- Psycho Therapy
 
Do Subterranean Jungle, só deve ser escutado se você não se importar de passar o resto da vida com "psycho therapy, psycho therapy" na cabeça.

6- I wanna be your boyfriend
A primeira canção romântica do primeiro álbum (Ramones, 1976) tem letra tão fácil, que é complicado não sair cantarolando "Do you love me baby. What do you say? Do you love me baby? What can I say?" mesmo depois de a música ter terminado.

5- Rock N Roll High School
Descreve o que qualquer estudando sente.End of the century, 1980.

4- Pet Sematary
Criada para um filme de terror, tem uma das frases mais épicas do mundo (parei) "I don't want to live my live again". Brain Drain, 1989.

3- It's Gonna Be Alright
Do Mondo Bizarro, de 1992, é a música com a mensagem mais bonita dos meus punks. 

2- Blitzkrieg Bop
Muitos acharão que ela deveria ser a número 1, mas, apesar de ser um clássico, não é a melhor. Ramones, 1976.

1- 53rd & 3rd
Melhor canção de todos os tempos, nada nunca vai conseguir superá-la. Ramones, 1976.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Versões bem sucedidas.

Versões, ou covers... quem nunca ouviu? A maioria das pessoas diz que covers NUNCA se comparam às músicas originais, mas existem versões que são tão geniais quanto as primeiras versões, ou até melhores. Versões que muito tempo depois você descobre que são versões, e fica bestificado com a qualidade.

Como isso é possível? Apenas as ondas sonoras podem explicar, mas vale a pena dar uma conferida em alguns exemplos MUITO bem sucedidos de covers.

Boyce Avenue - Fix you (Coldplay)



Nirvana - The Man Who Sold The World (David Bowie)



Maroon 5 - If I Ain't Got You (Alicia Keys)


bom proveito xD

sábado, 25 de fevereiro de 2012

O Quieto de Liverpool

Fevereiro parece um mês propenso ao nascimento de lendas do rock, e esse caso não é uma exceção.

O undécimo melhor guitarrista de todos os tempos segundo a revista Rolling StoneUm brilhante compositor escondido, um gênio envolto pelas sombras da faiscante dupla Lennon/McCartney sob os holofotes, George Harrison completaria 69 anos neste 25 de Fevereiro.

Harrison é responsável por sucessos como "Something", "Here Comes The Sun" e "While My Guitar Gently Weeps". Ficamos aqui com a épica "Here Comes The Sun".

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O Cheiro do Espírito Jovem

No dia 20 de Fevereiro de 1967, em Aberdeen, Washington, nascia um dos maiores ícones do rock já conhecidos em toda a história da música.
Ele foi uma criança feliz, mas o divórcio dos pais disturbiou sua mente, tornando-o desafiador e recluso. As trevas que invadiam sua mente se aumentaram ainda mais ao presenciar os abusos que sua mãe sofria do novo namorado.
Tornou-se um adolescente incompreendido e mal-interpretado, cometia atos de vandalismo, assistia à shows de punk rock, largou os estudos duas semanas antes de sua formatura do Ensino Médio - o que teve como consequência mais tarde a expulsão de casa por sua mãe.
Ele preferiu uma guitarra à uma bicicleta, e essa foi a decisão mais inteligente de toda a sua breve vida. Seu segundo álbum com sua banda, lançado em 1991, até hoje é conhecido como um clássico do Rock e respeitado como tal.
Foi, mesmo à contragosto, a voz de uma geração inconformada com o excesso de imagem e a falta de mensagem da indústria musical. Era mais do que um rosto bonito e uma alma perturbada, era um revolucionário que queria apenas dizer o que precisava ser dito, mesmo que fosse obscuro, cruel, doentio e de árdua compreensão... Era o próprio cheiro do Espírito Jovem.

Kurt Donald Cobain, encontrado morto em 5 de abril de 1994, merece, sim, cada homenagem que lhe é prestada nesse dia, no qual completaria 45 anos. Sua vida foi tirada por suas próprias perturbações, mas sua música continuará perpetuando nos corações e exalando o cheiro do Espírito Jovem, seja este qual for.

E nesse post não será incluída "Smells Like Teen Spirit", a grande aclamação de Kurt; mas, sim, "You Know You're Right", lançada em 2002 como um último adeus ao último grande homem do Rock.


sábado, 4 de fevereiro de 2012

Um fim de semana e tanto...


Vampire Weekend é uma banda bem interessante para quem gosta de se aventurar em sonoridades inconvencionais. Da primeira vez que "A Punk"(do álbum homônimo à banda) passou por entre os meus ouvidos, lembro de ter dito algo como "é agressivo... transgressor... desorganizado... gostei".

Essas são as características mais evidentes do som do quarteto nova iorquino, mas também percebe-se grandes influências da música africana pelo uso da percussão destacada, do ska evidenciado pelos ataques rápidos da guitarra e um punk rasgado no vocal de Ezra Koenig (também responsável pelo nome da banda, oriundo do título de um curta-metragem feito por ele em 2005).

Além do Ezra Koenig no vocal e guitarra, a banda também conta com Rostam Batmanglij (teclados, guitarra e backing vocal), Chris Baio (baixo e backing vocal) e Chris Tomson (bateria e percussão). Tanto o primeiro álbum ("Vampire Weekend" - 2008) quanto o segundo ("Contra" - 2010) conseguem ter músicas bem distintas entre si, não estabelecendo uma linha de produção rítmica e melódica além de suas influências sonoras marcantes, o que resulta em um som descontraído e até mesmo dançante.

Mas, como vampiros não podem ter contato com a luz do Sol, o Vampire Weekend ainda não é conhecido da grande mídia especializada; apesar de já ter estado no Brasil em 2011. Então... se você quer um pouco de animação nas suas caixas de som, curta um bom Vampire Weekend e tire todo o espírito de segunda-feira de dentro de você!