quarta-feira, 20 de março de 2013

Uma nova máquina?

Após três anos, enfim, foi lançado o album novo da banda de "garage revival" The Strokes. Primeiramente, as aspas são porque todo fã da banda já percebeu que desde que Julian Casablancas lançou seu Phrazes For The Young (em 2009, se não me falha a memória), a banda se distanciou bastante do som sujo com guitarras distorcidas e riffs marcantes de baixo característicos dos três primeiros álbuns e tomou uns ares bastante referenciais ao synthpop dos anos 80.

Ou seja, pensar no "Comedown Machine" como algo parecido com Is This It é, sim, descartado... Mas também não pense em uma sequência para o Angles. Se você gostou do Angles e esperava um pouco mais daquilo, poderá ter alguma decepção.

Logo na primeira faixa, "Tap Out", percebem-se as referências auditivas claramente oitentistas, como o riff de guitarra suingado e a bateria meio "disco" que remete um pouco a "Don't Stop Til You Get Enough" (Michael Jackson) ou "Heart Of Glass" (Blondie). Destaque à parte para os falsetes de Julian Casablancas, que se repetem no decorrer do album e foram algo bem marcante desde o lançamento do single One Way Trigger, motivo de discórdia entre muitos fãs da banda (entre o ódio e o amor pela faixa).

Ah, para os que queriam algo parecido ao menos com Room On Fire, há duas faixa que trazem um pouco da atmosfera destes tempos sujos e crus: "All The Time" e "Slow Animals". Mas fica só aí mesmo, não crie falsas esperanças, me desculpe.

O album também conta com faixas muito boas para fazer dancinhas como aquelas dos bailes de filmes dos anos 80. Não se surpreenda se estiver ouvindo "Welcome To Japan", "50/50", "Partners In Crime" ou "Happy Endings" e te der vontade de assistir Gatinhas e Gatões, Clube dos Cinco ou Karate Kid, é bem este o clima de Sessão da Tarde que estas faixas transmitem.

E logo a faixa que PELO TÍTULO te faz pensar "olha, essa vai ser um tanto quanto revival mesmo, deve vir um synth vigoroso"... Não, caras. "80's Comedown Machine" mais parece uma daquelas faixas para pensar na vida e admirar a beleza das pequenas coisas, com guitarras que aos desavisados chegam a parecer violinos. Remete um pouco a "Taxi Cab", do Vampire Weekend (ouça em sequência e tire suas conclusões).

A faixa que mais parece uma incursão no tempo é "Chances", que quase te faz sentir o cheiro de laquê na atmosfera, as calças de cós alto e as camisas de cores berrantes.

Por fim, como tradição, uma faixa soturna e melancólica para encerrar: "Call It Fate, Call It Kharma". Esta, que é a maior interrogação entre os fãs de Strokes: seria o fim do album TAMBÉM o fim da banda? Haverá algum trabalho que traga de volta a proposta de Garage Revival? Strokes vai continuar sendo quase que uma banda de Synth Rock? Strokes CONTINUARÁ SENDO UMA BANDA?

Bem... Isso só o tempo e os integrantes da banda poderão dizer. Aos apreciadores, resta esperar e aproveitar este ótimo album deste "novo" The Strokes.

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